
Não consigo enxergar algo que consiga ser mais belo do que o mar. Ao menos nada me vem à memória neste instante de lembrança. Veja como existem coisas lindas! Porém, nenhuma dessas coisas se aproxima da grande beleza que aos olhos se assalta ao ver aquelas ondas crespas quebrar na areia fina, úmida, receptiva à salgada fúria que a imensidão azul das águas mornas assim se faz morrer.
Certo, sei que muitos a mim dirão que sim, existem coisas maravilhosamente mais agradáveis aos olhos do que o mar. Mas espere! Preste atenção e imagine-se, agora, sentado na areia fina, talvez fofa, em frente ao mar. Imagine-se sentado, descalço, com os chinelos ao seu lado, vestido com a roupa de banho, seca ou molhada, e, com os olhos vivo, vidrados, contemplando o mar e suas doces glórias e desilusões. Sinta a maresia que lhe traz um ar de boas-vindas, de esperança e de, por conseguinte, saudade. Saudade de alguém que se foi, ou, mais estranho ainda, de alguém que virá, algum dia, e que o mistério da vida insiste em deixar escondida a sua revelação, encoberta como se uma nuvem negra pairasse sobre a luz.
Mas continue olhando as águas, sentindo o frescor do ar puro que emana do oceano, o barulho concreto e musical que o quebrar astuto e preguiçoso das ondas faz invadir os ouvindo e penetrar à cabeça como se fosse uma nota musical sem fim. Ao fundo, depois das ondas atrevidas, o mar manso e calmo, que nos faz acreditar que toda a sua imensidão seja assim. Mas o que será que vem depois de lá? O que existe depois do corte do horizonte fundido pelo azul do mar e do céu? Decerto seja isso que nos faz pensar, pensar e pensar... E a esperança carregada em cada ondinha que seja, em cada grão de areia, em cada fio de saudade... Ah, a saudade!
É maravilhoso e reconfortante caminhar na beira da praia, pertinho do mar, sentindo o aroma frívolo, seja no alvorecer ou no crepúsculo, descalço, com os pés tocando a areia molhada pelo mar que ali desfalece. Ver o pé afundando, sendo engolido pela areia e lavado pelo resquício de onda transformada num leve suspiro de água, é como pisar em outro mundo, se sentir leve, diferente...
Imagine-se, também, levantando e começando a caminhar em direção ao mar. Pise na areia molhada, enfrente a primeira onda e siga. Adentre o mar, pule uma onda, desvie de outra e brinque com uma terceira. Brinque como uma criança – afinal de contas, somos todos, eternamente crianças. Suspire e, enfim, mergulhe. Acho eu que, talvez, essa seja uma das mais agradáveis sensações que o mundo pode nos oferecer: o mergulho no mar. Por isso eu digo: mergulhe. Depois, atrofiado em êxtase, limpe os olhos que começarão a arder devido ao sal e sinta o gosto igualmente salgado que começará a lhe descer pela boca. Encare as ondas, pois, mesmo que o coração me leve para algum lugar, não consigo, de jeito algum, desviar o pensamento de que a qualquer momento uma rajada de água esbofeteará minhas costas, me fazendo cair no mar, derrotado, engolido pela onda.
Enfim o mar, a praia, o clima e a beleza de todo esse emaranhado de sensações infinitas não se compara a nada. Sim, o mar é a maior beleza que existe. É impressionante, e eu não consigo entender como tudo isso consegue inspirar poetas, músicos, amantes, artistas e assassinos doentios, sem fazer nenhum esforço. É como sempre eu digo: a vida é feita de expectativas, antecipadas pela ansiedade. E que lugar e momento melhor para matar essa ansiedade, essa ânsia, do que o mar?
Certo, sei que muitos a mim dirão que sim, existem coisas maravilhosamente mais agradáveis aos olhos do que o mar. Mas espere! Preste atenção e imagine-se, agora, sentado na areia fina, talvez fofa, em frente ao mar. Imagine-se sentado, descalço, com os chinelos ao seu lado, vestido com a roupa de banho, seca ou molhada, e, com os olhos vivo, vidrados, contemplando o mar e suas doces glórias e desilusões. Sinta a maresia que lhe traz um ar de boas-vindas, de esperança e de, por conseguinte, saudade. Saudade de alguém que se foi, ou, mais estranho ainda, de alguém que virá, algum dia, e que o mistério da vida insiste em deixar escondida a sua revelação, encoberta como se uma nuvem negra pairasse sobre a luz.
Mas continue olhando as águas, sentindo o frescor do ar puro que emana do oceano, o barulho concreto e musical que o quebrar astuto e preguiçoso das ondas faz invadir os ouvindo e penetrar à cabeça como se fosse uma nota musical sem fim. Ao fundo, depois das ondas atrevidas, o mar manso e calmo, que nos faz acreditar que toda a sua imensidão seja assim. Mas o que será que vem depois de lá? O que existe depois do corte do horizonte fundido pelo azul do mar e do céu? Decerto seja isso que nos faz pensar, pensar e pensar... E a esperança carregada em cada ondinha que seja, em cada grão de areia, em cada fio de saudade... Ah, a saudade!
É maravilhoso e reconfortante caminhar na beira da praia, pertinho do mar, sentindo o aroma frívolo, seja no alvorecer ou no crepúsculo, descalço, com os pés tocando a areia molhada pelo mar que ali desfalece. Ver o pé afundando, sendo engolido pela areia e lavado pelo resquício de onda transformada num leve suspiro de água, é como pisar em outro mundo, se sentir leve, diferente...
Imagine-se, também, levantando e começando a caminhar em direção ao mar. Pise na areia molhada, enfrente a primeira onda e siga. Adentre o mar, pule uma onda, desvie de outra e brinque com uma terceira. Brinque como uma criança – afinal de contas, somos todos, eternamente crianças. Suspire e, enfim, mergulhe. Acho eu que, talvez, essa seja uma das mais agradáveis sensações que o mundo pode nos oferecer: o mergulho no mar. Por isso eu digo: mergulhe. Depois, atrofiado em êxtase, limpe os olhos que começarão a arder devido ao sal e sinta o gosto igualmente salgado que começará a lhe descer pela boca. Encare as ondas, pois, mesmo que o coração me leve para algum lugar, não consigo, de jeito algum, desviar o pensamento de que a qualquer momento uma rajada de água esbofeteará minhas costas, me fazendo cair no mar, derrotado, engolido pela onda.
Enfim o mar, a praia, o clima e a beleza de todo esse emaranhado de sensações infinitas não se compara a nada. Sim, o mar é a maior beleza que existe. É impressionante, e eu não consigo entender como tudo isso consegue inspirar poetas, músicos, amantes, artistas e assassinos doentios, sem fazer nenhum esforço. É como sempre eu digo: a vida é feita de expectativas, antecipadas pela ansiedade. E que lugar e momento melhor para matar essa ansiedade, essa ânsia, do que o mar?