Talvez algum dia, em algum lugar, eu consiga compreender o porquê de algumas coisas serem tão injustas. As vezes acho que o destino debocha de minha cara, sem perceber que as poucos ele começa a destruir um coração já machucado e cansado.
Tenho idade suficiente para entender que o meu destino já está traçado, e amaldiçôo-me por isso. A minha maior glória é a presença de minha filha em meus dias, e seguidamente penso que ela é o real motivo que me faz viver. Sabe, por muitos dias a fio eu pensei em como seria a minha vida se ele não tivesse entrado nela. Ainda o amo! Sempre nos amaremos! Mas o destino tratou de nos afastar. Lembro-me que cada um seguiu o seu caminho e que a vida tornou-se salgada para ambos. A comida não tinha mais sabor, o sol não mais brilhava com a intensidade que deveria, as cores sumiram e toda a escuridão que jamais imaginei experimentar, se instalou em mim.
Assim o tempo passou, e coisas inesperadas vieram a ocorrer. Conheci outro homem, e desse romance sem sal nasceu minha filha. Com dificuldades e esparsas alegrias, os dias iam e vinham e eu sabia que a felicidade não existia para mim, pois a única coisa que poderia fazer de mim uma mulher feliz, era a presença e o amor dele.
Previsivelmente, me separei a algum tempo e hoje vivo somente com a minha pequena. Há alguns dias andei vasculhando o meu apartamento a procura de algumas coisas, e por ironia, acabei achando uma caixa cheia de cartas. Todas as cartas que ele me enviou. Num momento de pura nostalgia, comecei a desdobrá-las e a lê-las. Todas lindas, todas tão bem escritas com a caligrafia que eu reconheceria em qualquer lugar. Em algumas delas encontrei flores secas, das inúmeras que ele me dava. Por algumas horas li várias e várias cartas e lembrei-me de como era lindo o jeito de como ele me chamava de princesa e, por vezes, me oferecia carona, levando-me pra lá e pra cá em seu automóvel Fusca. No meio daquele arsenal de palavras calibradas de amor, viajei por um mundo somente nosso, vasculhando na alma alguma resposta que pudesse me deixar em paz a ponto de me fazer compreender o porquê daquele amor proibido.
Nas noites de inverno, quando a escuridão paira sobre a cidade, e quando a minha filha já está mergulhada num somo profundo, eu sento na mesma janela e olho pra fora. Observo o vento traiçoeiro, a chuva fina e a névoa densa tomando conta da cidade. A lembrança dele vem bombardear a minha mente. Era nesses momentos que ele me tomava nos braços e me acariciava como poucos conseguem fazer.
Vendo todo esse sentimento bagunçado que havia dentro de mim mesma, após todos os fatos ocorridos, tomei a decisão de ir procurá-lo, sabendo que meu medo era grande, pois ele teria todo direito do mundo em não querer me ver, nem conversar comigo. Mas me enganei. Quando nos encontramos pude perceber que aquele sentimento que existia dentro de mim fez meu coração bater tão forte, sem controle...
Nos últimos tempos, após este nosso primeiro encontro, temos nos encontrado muito esporadicamente, mesmo que furtivamente. Passamos poucas horas ou minutos juntos, mas é o suficiente para matar a saudade e o gosto sensível de um amor totalmente nosso. Mas isso não basta, pois sabemos que muito embora esses encontros sejam inteiramente agradáveis, o momento é curto e logo teremos que nos separar.
Porque Deus criou o amor proibido? Porque o destino costuma ser tão amargo?
Para algumas perguntas simplesmente não existem respostas. Ou tentamos compreender a pergunta ou assentimos e vivemos com o segredo para o resto da vida.
Eu amo ele, e tenho certeza que ele também me ama. Circunstâncias adversas impedem o nosso amor, mas nada no mundo bloqueará a nossa história, e nosso romance, esse que tanto sofremos para viver, ficará eternamente ligado em alguma veia do nosso coração, cravada na nossa alma, perpetuando-se pelos tempos sem fim, como se um dia, quando as respostas forem encontradas, talvez as pessoas consigam entender o que um amor pode fazer entre duas pessoas separadas pelo destino.
Tenho idade suficiente para entender que o meu destino já está traçado, e amaldiçôo-me por isso. A minha maior glória é a presença de minha filha em meus dias, e seguidamente penso que ela é o real motivo que me faz viver. Sabe, por muitos dias a fio eu pensei em como seria a minha vida se ele não tivesse entrado nela. Ainda o amo! Sempre nos amaremos! Mas o destino tratou de nos afastar. Lembro-me que cada um seguiu o seu caminho e que a vida tornou-se salgada para ambos. A comida não tinha mais sabor, o sol não mais brilhava com a intensidade que deveria, as cores sumiram e toda a escuridão que jamais imaginei experimentar, se instalou em mim.
Assim o tempo passou, e coisas inesperadas vieram a ocorrer. Conheci outro homem, e desse romance sem sal nasceu minha filha. Com dificuldades e esparsas alegrias, os dias iam e vinham e eu sabia que a felicidade não existia para mim, pois a única coisa que poderia fazer de mim uma mulher feliz, era a presença e o amor dele.
Previsivelmente, me separei a algum tempo e hoje vivo somente com a minha pequena. Há alguns dias andei vasculhando o meu apartamento a procura de algumas coisas, e por ironia, acabei achando uma caixa cheia de cartas. Todas as cartas que ele me enviou. Num momento de pura nostalgia, comecei a desdobrá-las e a lê-las. Todas lindas, todas tão bem escritas com a caligrafia que eu reconheceria em qualquer lugar. Em algumas delas encontrei flores secas, das inúmeras que ele me dava. Por algumas horas li várias e várias cartas e lembrei-me de como era lindo o jeito de como ele me chamava de princesa e, por vezes, me oferecia carona, levando-me pra lá e pra cá em seu automóvel Fusca. No meio daquele arsenal de palavras calibradas de amor, viajei por um mundo somente nosso, vasculhando na alma alguma resposta que pudesse me deixar em paz a ponto de me fazer compreender o porquê daquele amor proibido.
Nas noites de inverno, quando a escuridão paira sobre a cidade, e quando a minha filha já está mergulhada num somo profundo, eu sento na mesma janela e olho pra fora. Observo o vento traiçoeiro, a chuva fina e a névoa densa tomando conta da cidade. A lembrança dele vem bombardear a minha mente. Era nesses momentos que ele me tomava nos braços e me acariciava como poucos conseguem fazer.
Vendo todo esse sentimento bagunçado que havia dentro de mim mesma, após todos os fatos ocorridos, tomei a decisão de ir procurá-lo, sabendo que meu medo era grande, pois ele teria todo direito do mundo em não querer me ver, nem conversar comigo. Mas me enganei. Quando nos encontramos pude perceber que aquele sentimento que existia dentro de mim fez meu coração bater tão forte, sem controle...
Nos últimos tempos, após este nosso primeiro encontro, temos nos encontrado muito esporadicamente, mesmo que furtivamente. Passamos poucas horas ou minutos juntos, mas é o suficiente para matar a saudade e o gosto sensível de um amor totalmente nosso. Mas isso não basta, pois sabemos que muito embora esses encontros sejam inteiramente agradáveis, o momento é curto e logo teremos que nos separar.
Porque Deus criou o amor proibido? Porque o destino costuma ser tão amargo?
Para algumas perguntas simplesmente não existem respostas. Ou tentamos compreender a pergunta ou assentimos e vivemos com o segredo para o resto da vida.
Eu amo ele, e tenho certeza que ele também me ama. Circunstâncias adversas impedem o nosso amor, mas nada no mundo bloqueará a nossa história, e nosso romance, esse que tanto sofremos para viver, ficará eternamente ligado em alguma veia do nosso coração, cravada na nossa alma, perpetuando-se pelos tempos sem fim, como se um dia, quando as respostas forem encontradas, talvez as pessoas consigam entender o que um amor pode fazer entre duas pessoas separadas pelo destino.