sexta-feira, 25 de maio de 2012

DOIS EM UM



JÁ NÃO TE TENHO MAIS

A mão fria esquenta de mansinho
Ao toque ardente da xícara de café
Amargo, te trago com o gole sem fim
Doce, te perco como o fumegante vapor
Que se esvai e voa longe,
Perdendo-se no tempo.
Gélida noite, cadê você
Que ficou de dar tudo a mim?
Corre as ruas desertas, no breu?
Deixa marcas no orvalho da manhã?
Se esquiva, some de mim?
Irá me deixar assim, como esse café...
É o último gole, te trago e te perco
Já não te tenho mais.


JÁ NÃO FAZEM MAIS QUESTÃO DE MIM

Não sei mais o que beber
As bebidas já não fazem mais questão de mim...
Isso é ruim, eu sei, pior até que de fato morrer.
Quero-as em minha boca,
Quero que de mim venham se apossar.
Tragam seus frescores, seus gostos
Quero de novo... Ah, tudo de novo!
Mas elas não querem mais a mim, enfim...
Meus amigos, minhas belas...
Já não fazem mais questão de mim.