
O vento ali soprava como se viesse do céu, abençoando o clima lúcido e perfeito de um entardecer que somente em lugares como aquele podia ser visto. O crepúsculo se assaltava aos olhos do jovem casal que ali ia chegando, tão apaixonados, tão felizes...
Geremi ajudava Mary a subir O Grande Morro das Gaivotas situado no extremo da praia que levava o mesmo nome do morro. Iam subindo com o pouco fôlego que ainda restava em seus pulmões, mas a sensação de ver aquele lugar e estar presente ali, àquele momento, já era o suficiente para que o sorriso não sumisse de seus rostos. A maresia, o vento suave, a brisa leve e o resto de sol que acariciava seus corpos, iluminavam o caminho que ambos percorriam até chegar ao topo do morro.
Lá no alto Geremi sentiu que a vida realmente era linda e bela de se viver. A sua frente a imensidão do mar se desenhava com total exuberância e por algum segundo ele sentiu aquela nervosa vontade de chorar. Os poucos raios de sol, que ainda sobreviviam ao cair da noite, iluminavam seus rostos e traziam frescor ao casal que ali se encontrava. Mary chegou junto do namorado e o abraçou.
— Que lindo isso.
Ele sorriu e disse em tom de melancolia:
— Sabe Mary, são esses e outros fatos que me fazem pensar que a vida é tão linda. Eu aqui, de frente para esse mar maravilhoso, junto de você, olhando o pôr-do-sol, sentindo a brisa e a maresia nos abraçar...
Mary fez a volta e ficou de frente para ele, olhou-o dentro dos olhos e disse com toda a sinceridade do mundo:
— Geremi, eu te amo!
Ele fitou-a e o silêncio se fez entre eles. A única coisa que se podia ouvir era o sussurrar das ondas as suas costas e o vento que girava em torno deles. Ele estava calado e queria contar logo aquela notícia que ele não agüentava mais guardar somente para si.
Era a hora. O clima era propício — junto ao mar, ao crepúsculo, ao vento, a ela.
— Mary, eu tenho uma coisa para lhe contar — disse Geremi.
Ela sorriu.
— Pode dizer, meu amor.
Ele não conseguia continuar. Baixou a cabeça e deu um riso irônico. Buscou forças, ergueu a cabeça e uma lagrima escapou de seus olhos. Geremi começou a chorar. Começou a chorar como uma criança e buscou amparo nos ombros de Mary.
— Eu... — ele tentou continuar.
— Acalme-se Geremi — ela estava ali para lhe dar força.
Mas dessa vez ele falou.
— Eu fui ao médico ontem... o diagnóstico foi positivo — suspirou antes de dizer aquelas malditas palavras. — Eu tenho câncer.
As lágrimas rasgaram ambas as faces.
— Tenho pouco tempo de vida. Eu vou morrer.
Mary abraçou-o com toda a força do mundo. Deu apoio e força para ele e viu que Geremi parecia um homem acabado. Triste e lavado em lágrimas, ele se desprendeu dela e correu até a ponta do penhasco. Ela gritou e foi atrás. De nada adiantou.
Geremi, inconformado com o diagnostico, pulou do penhasco e caiu em meio às pedras pontiagudas que eram constantemente chicoteadas pelas ondas vindas do mar, antecipando o seu final. Despedaçada em lagrimas, Mary caiu de joelhos, sem forças.
4 comentários:
Velho, tu escreve super bem!
Não deixe de escrever, é um ótimo exercício, PARABÉNS!
Você escreve muito bem mesmo! Eu li o texto todo. Essas histórias quase sempre tem um triste fim não é? Acho, que a gente, tem que aproveitar a vida de qualquer forma, ser feliz, e muuuuito, um dia a gente vai morrer mesmo! Parabéns pelo texto e pelo blog!
Sucesso,
Beijos das girls tt
http://revistatudoteen.blogspot.com/
Um típico final de filme romantico bem melancólico
gostei
visite: http://adolescente-antenado.blogspot.com/
Curti muito,
o final é tipico mesmo
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