domingo, 18 de dezembro de 2011

O RETORNO DO PAPAI NOEL DO INFERNO

As festividades do natal haviam encerrado aquela noite. Tudo estava lindo, decorado de tal maneira que encantava até mesmo os olhos daqueles que de alguma forma conferem certa repugnância por aquela data.

Naquela véspera de natal, finalmente a chuva tinha dado uma trégua, fato que levou milhares de pessoas à praça principal, a fim de presenciarem as atividades. Marie e seu filho, o pequeno Oliver, também tinha ido prestigiar as comemorações. Aquela monstruosidade de luzes e aqueles enfeites tão bem arrumados, traziam a Oliver uma fantasia que a qualquer momento poderia se tornar real. E a crente sensação de que poderia encontrar o Papai Noel em uma daquelas noites, só o deixava ainda mais entusiasmado.

Nesta mesma noite, durante a madrugada, o Papai Noel haveria de aparecer... Marie acordou com um estrondo que vinha do corredor. Assustada, levantou e foi até a porta. Observou o corredor mergulhado na penumbra. Começou a caminhar, e logo percebeu que a porta do quarto de Oliver estava aberta. Apressando-se, Marie foi até lá, e quando chegou, foi recebida por um vento frio. Seu coração acelerou. A cama estava vazia e a janela estava aberta. Marie correu até lá e, sobre o parapeito, chamou pelo filho. Não obteve resposta, mas, forçando a visão, percebeu quando um par de pernas se perdia pela rua.

Ela respirou depressa e desceu às escadas correndo, saindo porta afora. Conseguiu ver quando aquelas pernas dobraram a esquina. Quando se encontrou em uma avenida, conseguiu distinguir a silhueta que as compunha. O corpo parou, de costas para Marie, à distância. Inerte, ela percebeu que aquilo carregava um corpo em seu colo. Era o pequeno Oliver. Antes de continuar correndo, a figura que carregava seu filho virou o rosto para ela e sorriu brevemente, de uma forma horripilante.

Marie gritou o nome do filho. Em poucos minutos eles atravessaram a catedral principal da cidade, e Marie avistou quando aquela silhueta mergulhou nas ornamentações natalinas que ficava aos pés da catedral, na avenida principal. Quando ela chegou em frente àquela Cidade de Sonhos, parou e observou o local. Dezenas de casinhas sustentavam a rua. No centro um imenso pinheirinho de natal piscava com suas luzes e suas bolas coloridas. Sem pensar, ela começou a procurar por Oliver em cada casinha.

Com o coração apertado e a respiração ofegante, Marie começava a perder as esperanças quando chegou em uma das últimas casinhas. Oliver estava deitado, dormindo. Marie o chamou. Quando ele abriu os olhos, suspirou de alegria e tentou correr para os seus braços, mas algo o fez parar. Oliver quebrou o silêncio.

- Ma... Mãe, não olhe pra trás! Não olhe, mãe!!!

Não adiantou o filho ter avisado. Marie já sentia a respiração em sua nuca, esfriando-lhe a espinha. Foi virando o rosto lentamente e, quando viu aquilo, sentiu suas pernas se perderem e a fala desaparecer. Uma criatura vestida de Papai Noel estava diante dela. Era enorme e tinha garras e dentes afiados. Um sorriso saiu de sua maldita boca antes de fechar a porta da casinha onde Oliver estava e agarrar Marie.

Oliver ouvia os barulhos infernais que aconteciam lá fora. Em instantes, o silêncio predominou. Ele encolheu-se, e viu quando a criatura abriu a porta da casinha e entrou.

Pela manhã, um homem passava por ali para ir trabalhar quando ficou horrorizado ao ver aquela cena. No topo do pinheirinho, dois corpos jaziam dependurados. Marie estava nua, sem um dos braços e cheia de cortes em seu corpo, já o pequeno Oliver estava sem as duas pernas. Ambos estavam sem a cabeça. Ao olhar para o pé do pinheirinho, o homem teve náuseas ao ver as cabeças de Marie e Oliver sobre dois pacotes de presentes.

Um comentário:

Unknown disse...

Que bizarro!!!!!Tudo que eu precisava ler hoje para confirmar minha cisma com o natal e que dele só prestam as rabanadas. Feliz Natal!!! Continue postando essas pérolas,te aguardo na páscoa,e que o coelho seja nesse nível!!! <3