sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

VARAL DE CABEÇAS


Ser motivo de piadas nem sempre é tão saudável assim, e é conhecendo a história de Beni McCarthy que se descobre que existem coisas mais horripilantes do que a gente imagina, e que quando pensamos que já vimos de tudo, a vida mostra que não...

Desde a infância Beni era chamado de “Cabeção” pelos seus colegas. No inicio de sua vida, ter esse apelido não o incomodava, mas com o passar dos tempos alguma coisa fez com que essa brincadeira começasse a perambular sua mente e a incomodá-lo por completo. No ensino médio, o apelido Cabeção era freqüentemente ouvido pelos corredores da escola, e Beni começava a perder a paciência. Gordo, com poucos amigos, e com uma cabeça relativamente grande, ele apenas absorvia aquele apelido sem fazer nada, retraindo uma raiva e uma súbita vingança.

Certo dia a porta da sala do delegado Max foi aberta de repente. Um dos policiais informava que um corpo tinha sido encontrado sem a cabeça na escola municipal. As investigações começaram naquele exato momento. Três dias depois, uma professora da escola entrou na sala de aula e se apavorou com o que viu. Outro corpo sem cabeça estava caído próximo ao quadro negro. Ela imediatamente chamou a policia. Porém, o mistério dos corpos sem cabeça não parou por ai. Em menos de três semanas, cinco corpos foram encontrados sem cabeça. Era um enigma que os intrigava.

Quando um sexto corpo foi encontrado, outro mistério começou a perambular pela cidade: o jovem Beni McCarthy estava desaparecido há alguns dias. Um turbilhão de dúvidas começou a pairar pelo ar, e no meio das investigações, um professor relatou que Beni era chamado de Cabeção pelos colegas, fato este que até então era desconhecido pela polícia. Os pais do garoto não conseguiam entender o porque...

Numa manhã de outono, o delegado Max conversava com uma senhora que relatava a ele que, na noite anterior, vira um menino perambulando pelas ruas e que parecia ser Beni. A conversa parecia importante para o caso, quando de repente um policial abriu a porta da sala, informando sobre mais uma peça no quebra-cabeça.

– Delegado – o policial parecia ofegante –, mais um corpo foi encontrado sem a cabeça essa manhã. Estava perto da velha usina, num terreno baldio, esquina do Luts.

Luts era um dos bares da cidade. Intrigado, Max olhou para a mulher.

– Foi próximo ao Luts que você supostamente viu o menino?

– Sim, delegado, foi próximo a esse bar mesmo.

Max dispensou a senhora e as investigações foram retomadas. À noite, porém, um telefonema anônimo perturbou a noite do delegado. Do outro lado da linha, uma voz fantasmagórica indicava um local, e dizia que lá o mistério chegaria ao final.

Rapidamente Max mobilizou todo o seu pessoal e correu para a usina. Várias viaturas foram para lá, e assim que chegaram, começaram a procurar. No final da ala leste da construção abandonada, um policial viu um bilhete pendurado na parede. Nele lia-se: olhe para a direita. Todos viraram. Foi arrepiante! O que viram foi um varal de metal, estendido de uma coluna a outra. Penduradas nele, em vez de roupas, estavam todas as seis cabeças que haviam desaparecido junto aos corpos. Era uma cena assustadora. As cabeças foram reconhecidas, e chegou-se à conclusão de que pertenciam a todos os corpos encontrados. Mas tudo aquilo deveria ter um motivo...

– Quem fere será ferido... aí está o resultado pelo que eles me fizeram.

No segundo andar, acima das cabeças, estava o jovem Beni McCarthy, todo sujo, parecendo um indigente. O pessoal tentou convencê-lo a descer e se entregar, mas não adiantou, essa seria a sua sentença. Do teto central da usina jazia amarrada uma corda grossa que ia ao encontro de Beni. Ele não disse mais nenhuma palavra, simplesmente firmou a corda em seu pescoço e deu o passo para a morte. Todos ficaram boquiabertos. Beni, depois de matar seis jovens, arrancar suas cabeças, pendurá-las em um varal de metal, agora terminava com sua vida. Suicidara-se de forma triste.

O corpo do jovem McCarthy balançava como um pêndulo no centro da usina.

Um comentário:

wagner warnava disse...

parabéns ótima postagem.
trabalhou bem no texto, empregando bem as palavras no começo deixando um mistério e fazendo um ótimo desfecho, simples direto e gostoso de ler. parabéns continue assim e terei um prazer em comprar um livro seu.