Não
aconteceu!
É, se você está lendo esse texto é sinal que a teoria dos Maias não surtiu efeito e que todo o alvoroço criado em cima de um suposto apocalipse, não passou de mentiras.
É, se você está lendo esse texto é sinal que a teoria dos Maias não surtiu efeito e que todo o alvoroço criado em cima de um suposto apocalipse, não passou de mentiras.
Ora,
muito se falou nos últimos dias sobre o final dos tempos, em como seria e em como
aconteceria. Teorias foram criadas em cima disso, e a expectativa circulou em
todos os meios sociais, políticos, culturais e também na mídia. Contudo,
nenhuma delas se efetivou, e tudo não passou de conversa fiada.
Mas
existiram pessoas que acreditavam nessa crença, e que criaram um universo
próprio para esperar o fim. Uma dessas pessoas se chamava Elír Hoobin Von De
Mitrus. Elír cuidou de todos os detalhes: estocou comida, água, roupas limpas e
buscou um lugar seguro para se abrigar, um porão de uma casa abandonada, há
poucos quilômetros do centro da cidade. Feita de madeira, a casa, carcomida
pelo tempo, seria frágil para as adversidades que viriam, porém, o seu porão fora
cuidadosamente revestido com fortes proteções que nem a mais forte das fúrias
da natureza seria capaz de destruir. Assim, ao entardecer do dia 20, Elír
Hoobin Von De Mitrus, sua espoca, Loríen e sua filha Catarine foram para a
casa.
A tarde ia se indo quando finalmente eles entraram no porão. Elír trancou a porta e revestiu-a com fortes proteções. Dentro do buraco, algumas velhas forneciam luz à família, e enquanto Catarine se distraia com as bonecas, Elír e Loríen preparavam alguma coisa para comer.
O tempo abrigava algumas nuvens e a certeza de chuva era eminente. Cerca de duas horas depois de entrarem no porão, a chuva começou a cair. Havia uma pequena brecha onde se podia olhar para fora, mas Elír não se propôs a fazê-lo, sobre o pretexto de que nenhum ser humano haveria de olhar para fora quando a noite se anunciasse. Assim, após comerem qualquer coisa, Elír e sua mulher foram para um canto do buraco e começaram a rezar. Cada um tinha um terço entrelaçado nas mãos e as preces eram feitas com ferocidade, com pedidos de perdão e suplica.
A noite já ia longe quando Loríen ouviu um estrondo. Ambos se entreolharam e agarraram-se um no outro, colocando Catarine entre eles. As orações soavam em altas vozes, enquanto lá fora o barulho ensurdecedor inundava seus ouvidos. De repente a vela se apagou. Catarine começou a chorar e o temor começou a tomar conta de suas almas. “Santo Deus, é o fim do mundo!”, pensou Elír, antes de abraçar fortemente a sua família, misturando seus prantos e seus anseios, suas ânsias e seus temores, até que finalmente, inundados de horror, seus olhos se fecharam.
Horas mais tarde, um pequeno feixe de luz adentrou o porão, iluminando diretamente os olhos de Elír. Ele os abriu, cautelosamente, e acordou sua mulher e sua filha. Abraçaram-se. Sem pensar muito, Elír correu para a porta, e com dificuldade e tensão, abriu-a. O sol era forte lá fora. A parte de madeira da casa havia sido parcialmente destruída, e fora isso, tudo estava dentro da normalidade. Pegou o celular e ligou para alguém. Sorriu assim que desligou. O mundo não havia acabado. Havia acontecido um temporal de grande proporcionalidade e ambos estavam vivos.
A
teoria Maia não tinha dado certo.
Vivenciamos
o fim dos tempos a cada dia, com as guerras, ignorâncias, mentiras, inveja,
fome. Toda hora o mundo vai, lentamente, se deteriorando. Cada dia que passa é
um novo fim e não um novo começo. O mundo acaba para quem morre, para quem
deixa de ajudar o irmão, para quem deseja o mal do próximo, para quem não
entende os verdadeiros valores da vida e as verdadeiras virtudes desse mundo.
Ontem não acabou, e nem amanhã acabará. O começo e o fim reside em nós!
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