Sim,
um dia de janeiro para ser esquecido
Mas
que esquecido, infelizmente, jamais será.
Muitos
jovens e cada um com seu destino perdido
Relevando
tristeza em quem não mais os verá.
Era
para ser mais uma noite simples de alegria
Risos,
amores, danças, encontro com amigos...
Mas
a tragédia ceifou muitos dos envolvidos
Que
agora deixam saudade, dores a cada dia.
Foram
horas de dor, lágrimas e tensão
Corpos
escapavam, corpos despencavam no chão.
Tantas
almas, tantos sonhos e segredos morriam
Lentamente,
também, as chamas consumiam.
Em
casa, mães e suas preocupações
Pensavam
no pior e faziam muitas ligações.
Alguns
nunca mais iriam atender ao telefone
E
os pais, logo depois sentiriam dor ao ouvir o nome.
Muitos
corações silenciaram para sempre
E
pares de olhos se fecharam sem despedida.
Não
houve abraços nos pais, riso contente,
Beijos
nos amores, carinho de irmão que briga...
O
mundo sentiu a lágrima rolar pelo rosto
Pois
cada um sabe como é perder quem se ama.
E
na ânsia de ajudar de todas as formas o outro
É
que se viu de longe um grande e horrendo drama.
As
centenas de almas partiram para um bom lugar
E
a quem fica, resta orar, averiguar, recordar.
Nunca
será esquecido esse dia, nem aqui nem lá
E
um Deus para confortá-los, sempre haverá.
*
Este poema é dedicado a todas as vitimas da tragédia ocorrida na boate Kiss, em
Santa Maria-RS, e a todos os sobreviventes, amigos, familiares e também a quem,
de forma solidária, rezou, torceu e acompanhando cada detalhe dessa triste
história que acabou com a vida de centenas de jovens.
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